Homenagem

Este livro é dedicado à menina da capa.

E a menina da capa, junto ao barqueiro, é a Sonja Martinelli.

Aquele barqueiro nos conduziu sobre um rio de lágrimas. E as “lágrimas” deste rio eram da Sonja. E elas representavam a dor de todos nós - Botafoguenses apaixonados - cansados de tanto sofrimento.

Mas ela não chorou sozinha, nem chorou a sua própria dor... Sonja chorou a dor de uma multidão espalhada pelo Brasil e pelo mundo. Cada lágrima, cada suspiro, cada sentimento exalado por seus pulmões representavam a “moeda” que o barqueiro cobrara para fazer aquele percurso.

Enquanto aquela menina à beira do campo externava sua tristeza, em algum lugar ele a observava.

E quando aquele fatídico jogo contra o Vasco terminou, embora ninguém pudesse imaginar, traria um resultado bem diferente do que se pudesse supor.

A derrota em campo foi nossa vitória no panteão dos deuses alvinegros, e foi graças à ela.
Foi ali, naquele dia que o barqueiro viu a luz... Foi naquele momento que ele avistou a outra margem. Sonja tinha só 12 anos, e o brilho de seus olhos refletidos em seu rio de lágrimas foi a senha para que ele tivesse a certeza de que a viagem estava devidamente paga. Aquela foi a última gota, a gota que faltava para dar fim a tanto sofrimento.

O nome Sonja vem da guerreira igualmente mítica - Red Sonja - que muito provavelmente seus pais conhecem das aventuras de Conan, o Bárbaro!

Não pode ser só coincidência que uma personagem da mitologia tenha inspirado outro a, numa união pra lá de mitológica, conduzir nosso caminho à redenção. Nossas almas já extenuadas puderam então suspirar de alívio e soltar o grito preso na garganta: É CAMPEÃO!

Obrigado, Sonja!

Obrigado por sua perseverança, por tanto sentimento, por sua inspiração em amar tanto um clube a ponto de convencer os deuses de que já bastava de tanta dor!
Obrigado por ser esta pessoa especial que proporcionou a todos nós a alegria de chorar de felicidade depois de todos aqueles anos!

Em nome de toda a galera alvinegra, MUITO OBRIGADO!

Stemp