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N.STEMP
Andanças
Quando morrer quero ser alma apenada
Vagar pelas ruas de Itabirito, na madrugada, sem saber de mais nada.
Não quero saber de paraíso, céu ou inferno.
Quero curtir minha cidade, no frio gostoso do inverno.
Chorar pelos cantos a vida que levei, lamentando a tristeza e por tudo que pequei.
Quero olhar a lua lá do alto do cristo
Sentar na beira da cachoeira
Descer a Serra da Santa na maior carreira, todo torto, sem medo de morrer, pois já estarei morto...
Ficar sozinho na pracinha da estação, olhando para o nada, deitado na calçada, sem lógica ou razão.
Quero ouvir o silêncio da madrugada, o barulho do nada percorrendo minhas emoções, do tempo que almoçava no Quatro Estações.
A mãe da Lua cantando, uma lágrima escorrendo e eu me derretendo de tanta tristeza, mas chorando de felicidade porque vaguei pela minha cidade me deleitando com tamanha beleza.
O dia ja vai clarear, é hora de me deitar.
Espero por mais uma noite pra continuar minha andança, meu amor é uma vingança da vida à me açoitar.
Mas aceito meu destino...
Vivo a dor de um sonho esquisito, morrer no meu paraíso que é de todos o mais bonito.
Quando morrer não quero ser lembrado...
- Quero ser Itabirito!
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