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MEUS AMIGOS...”

 

Era assim que o grande João Saldanha – o "João Sem Medo" – começava seus comentários. Ele usava sabiamente as palavras para transmitir a seus leitores e ouvintes o que havia visto nos jogos. Muitas vezes leigo, o torcedor precisa de uma “mãozinha” na hora de compreender os fatos. Ainda mais quando se acompanha o jogo pelo rádio, quando não há transmissão ao vivo pela TV. Neste caso, uma boa analogia vai bem, obrigado!

Figuras de linguagem são úteis, artifícios outros servem para se entender um contexto quando se está noutra perspectiva. Acredite... Já houve quem dissesse “versinhos” após um gol...

 

 

“Violeta é procurada pelo perfume que tem
quem tem amor tem ciúme
quem tem ciúme quer bem...
Gol cristalino!”

 

(Rádio Tupi, Botafogo 6x0 Flamengo, segundo gol de Fischer, 15/11/1972)

 

 

Muitas vezes há exagero, outras ainda provocam risos! Mas faz parte do folclore esportivo. O futebol é mágico e cativa a todos, crianças, adultos, mulheres... Não há quem consiga ficar 365 dias sem ao menos tomar conhecimento de como foi aquele jogo da seleção, por exemplo. Até porque o planeta é uma bola, a lua é redonda... E parece mesmo que uma criança se torna um deus, com todos os poderes do mundo aos seus pés quando está diante de uma bola!

 

- Figura de linguagem!

 

Quem assistiu “As Crônicas de Nárnia – o Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupas” desfrutou desta “liberdade” autoral para alcançar algo além da película. É claro que há uma mensagem embutida naquela obra. Basta ter sensibilidade para perceber isso! E é bom voltar a ser criança, ainda que por uma ou duas horas de projeção.

O leão não fala, Faunos não existem... Muito menos você encontra um guarda-roupa com fundo falso que te leva para outro lugar, no meio de uma nevasca, mas e daí? A mensagem é o que importa! A mensagem nas entrelinhas, nos personagens, nos cenários... É a democracia do imaginário, a libertação da alma infantil nos adultos e naqueles que se permitem viajar por esta senda criativa!

 

O livro é um destes instrumentos de libertação. Através da leitura você se transporta, viaja, observa, ri, chora...

 

É fantástico como cada um de nós consegue idealizar cada situação, cada personagem ao seu próprio jeito, já percebeu isso? Quando você lê, não importa o quanto o autor descreva, você sempre irá desenvolver o seu próprio personagem. Ele terá a voz que você imagina, vai agir do jeito que você espera e não adianta tentar ser fiel ao que foi escrito, você sempre vai ter os seus próprios personagens. O nome disso é criatividade!

Mas ainda assim o livro tem uma desvantagem sobre os filmes. Ele não tem trilha sonora.

E não adianta argumentar que não importa, eu digo que importa sim! E muito!

A música tem o poder de mudar a forma como nós interagimos com aquilo que estamos vendo. A música tem melodia, tem percussão... Ela dita o ritmo! Não é preciso ser um cinéfilo de carteirinha para entender como funciona, basta um pouco de perspicácia! Assista um filme romântico e terá uma trilha sonora bem melodiosa, com letras que falam de amor. Veja um filme de terror e vez ou outra quase vai pular da poltrona, com solavancos auditivos cada vez que o “filho de Chucky” pegar numa faca! Viaje na velocidade de dobra da luz quando o Capitão James T. Kirk disser “Sr. Sulo, força total”, e o som do home theater invadir o seu corpo, acelerando seus batimentos cardíacos!

 

A música é a alma da vida. Você pode se admirar com qualquer arte: a beleza de um quadro, os contornos de uma escultura, o prazer de degustar um bom vinho, a leitura de um bom livro... Mas ainda assim, vai faltar o “som” para complementar e tornar ideal aquele momento!

 

Por isso eu trouxe o Prefrab Sprout para dentro deste livro, para você experimentar a sensação de “degustar” esta história por completo, com direito a trilha musical.

 

Durante a leitura de Os Doze Passos de Carlito, você irá se deparar com indicações musicais e poderá acessar o site, se desejar, para tornar mais intenso a experiência de viajar pela minha imaginação!

Esta obra é fruto de minha criatividade, do meu amor por um clube de futebol, da paixão que tenho por minha filha, da minha esperança insana e utópica de que um dia possamos ser humanos, de verdade. Aqui não há leões falantes, nem criaturas meio homem, meio bicho. Nem armário pra sair, não, com certeza não!

Mas há elementos diversos, dispersos, inverossímeis!

 

- Calma, minha gente... É pura imaginação!

 

Use a velocidade que o “Sr. Scott” puder fornecer ao seu cérebro! Não busque razão nem lógica, não procure por acertos ou erros cronológicos, eles com certeza existem, mas e daí – de novo!

 

Não tente se localizar, religiosamente falando. Não se posicione, não se localize espiritualmente, apenas embarque nesta viagem. Aproveite!!! Olhe pela janela, sinta o vento da mudança batendo no seu rosto. Eu sou um sonhador, seja um também! Tire férias de suas crenças, abra um vácuo momentâneo para que a história possa fluir sem que seus dogmas sejam uma barreira para seu divertimento! Quando terminar de ler, verá que nada mudou. Você ainda será você, sua vida ainda será a sua, seu cotidiano será exatamente o mesmo! Apenas com uma diferença: Você leu um conto diferente, com um toque alvinegro... Com uma ligação legitimamente Botafoguense!

- Só isso tudo!!!

 

Este livro é o “Ben Hur” em preto e branco. É o “E O Vento Levou” de General Severiano, é O "Código Da Vinci" alvinegro ... É o nosso épico. Com direito a trilha musical!

 

Deus nos deu o livre arbítrio. Deus nos permitiu viajar e nos deu o amor para sonhar. Independente se você vai duvidar ou criticar, na pior das circunstâncias, a leitura deste livro aumentará sua cultura.

 

- E então, isso não vale a pena?

 

Claro que vale!

 

É só um livro... É só uma história. É só uma ficção. Nada pessoal.

 

 

Que o grande e eterno João Saldanha esteja convosco, amém!

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